DEZOITO ANOS DE UM ITINERARIO PAUTADO PELO OLHAR SOLIDARIO AO PROXIMO

11/06/2022 11/06/2022 12:50 370 visualizações
As instituições são feitas por pessoas, que constroem uma trajetória reverberando sentidos individuais e coletivos. Nesse viés dos itinerários da vida em sociedade, a “maturidade” chegou à carreira do defensor público João Paulo Carvalho Dias, que completa 18 anos de carreira dentro da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso. São quase duas décadas de dedicação diuturna à causa da defesa dos direitos cidadãos, da lei, da Justiça e da construção de um legado de bons exemplos de solidariedade, humanismo, compromisso e dedicação profissional.
Natural da cidade de Alto Araguaia, leste do estado, o defensor notoriamente esbanja orgulho da sua identidade territorial, pois nasceu e cresceu às margens do lendário rio Araguaia. João Paulo Dias não esconde a satisfação quando fala sobre suas raízes. De família trabalhadora herdou a coragem, ética e honestidade, princípios que pautaram o seu percurso na atividade de defensor público no Estado de Mato Grosso.
A carreira na Defensoria Pública começou em 2004, após João Paulo Dias ter sido aprovado no segundo concurso realizado para os quadros da instituição. “Fui empossado para ocupar uma vaga na Defensoria Pública na comarca de Alta Floresta, onde aprendi muito e forjei minha consciência sobre o quanto é importante o trabalho defensorial para a sociedade, notadamente para aquela parcela mais pobre, invisibilizada e esquecida”, relembra o defensor.
Na época, Alta Floresta tinha apenas 25 anos de emancipação e vivia o rescaldo da crise dos garimpos na região, o auge das disputas de terras entre posseiros, sem-terras, grileiros, indígenas, colonizadores e madeireiros ilegais. “Aqueles foram anos de grandes desafios e muito aprendizado para mim, que estava começando a carreira de defensor público. Mas, a vida me ensinou que os percalços são melhores professores do que os sucessos para quem sabe aonde quer chegar, ter humildade para reconhecer as próprias limitações e buscar sempre corrigir e superar seus erros e pontos fracos”, ensina João Paulo Dias ao comentar sobre o início de sua trajetória.
As experiências e a formação fortemente atrelada aos ensinamentos e exemplos recebidos em casa do pai, da mãe e da avó – a quem ele sempre visita para “reabastecer o coração e alma” com o amor, carinho e conselhos – fizeram com que João Paulo Dias se tornasse uma referência e modelo para os colegas defensores públicos, principalmente os mais jovens que o define como um sujeito “muito afetivo, solidário e atencioso”.
Ao longo dos 18 anos em que João Paulo Dias atua na Defensoria Pública de Mato Grosso, várias são as conquistas e avanços da instituição que tem a sua marca de colaboração.
Há mais de 10 anos atuando como coordenador do Núcleo de Defesa do Consumidor, João Paulo Dias é admirado por incorporar o sentido real da Defensoria Pública com seu espírito de companheirismo, engajamento social e coragem para defender os direitos constitucionais, cíveis e as liberdades cidadãs.
Por tudo isso, João Paulo Dias foi eleito pelos colegas por dois mandatos consecutivos à presidência da Associação Mato-grossense das Defensoras e Defensores Públicos (AMDEP), de 2017 a 2019 e 2019 a 2021.
Em sua última passagem pelo comando da entidade representativa dos defensores mato-grossenses, ele criou e abraçou o Movimento Conexão Solidária, e implantou a ideia dentro da Associação, provendo até os dias de hoje, ações voluntárias que tem feito grande diferença ao aproximar a Defensoria e seus membros das populações mais pobres, fragilizadas e desassistidas em seus direitos e cidadania.
As ações do Conexão contam com a parceria voluntária do frei Rodrigo Martins que descreve o defensor João Paulo com um ser bem formado espiritualmente. “Ele veio trazendo para nós, que essa era da fraternidade, que esse mundo diferente que sonhamos não é uma utopia, podem ser reais e é aqui. O doutor tem uma visão muito ampla, enxerga o ser humano de forma holística. Nas vezes que ele foi orientar e falar sobre alguma coisa jurídica, sempre olhou muito além, olhou a questão psicológica daquela pessoa, estrutura, o ambiente onde ela vive, o animalzinho que é uma extensão da família. Dessa forma, o João Paulo também foi abrindo os nossos olhos e nos ensinando a enxergar."
Para João Paulo, o trabalho do defensor público não deve se restringir apenas aos gabinetes, às petições e representações junto ao Judiciário. “Sempre digo que podemos e devemos ser mais proativos na busca por Justiça para os que dela necessitam. Precisamos nos conectar com os cidadãos que são esquecidos pelo sistema, pelo Estado”, pontua o defensor.